A lenda de Eurínome retrata bem a humanidade no período Paleolítico, quando o acto sexual ainda não era associado à gravidez e as culturas humanas não tinham conhecimento sobre o papel reprodutor do homem. A humanidade acreditava que as mulheres engravidavam sozinhas: ao ser picada por alguns insectos, comer determinado alimento ou expor-se ao vento norte ou ao orvalho eram associações à gravidez.
No seu mito, Eurínome é o reflexo dessa crença, pois a partir do vento criou tudo o que existe no planeta, o que prova que é uma Deusa extremamente antiga.
Com o passar dos anos, Eurínome foi absorvida pelo culto às Cárites e posteriormente passou a ser considerada sua mãe.
Após a ascensão do patriarcado, Eurínome foi injustamente rebaixada a amante de Zeus, e de Criadora passou a ser considerada apenas uma titanide filha de Oceano e Tétis. Todavia, mesmo na versão original da mitologia grega, Eurínome e seu consorte Ofíon reinaram sobre o monte Olimpo até serem derrotados por Réia e Cronos.